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O LUTO - Compreendendo a morte para se viver melhor

  • Foto do escritor: Fabricio Psicologia
    Fabricio Psicologia
  • 26 de jun. de 2024
  • 3 min de leitura

Convido neste momento para uma reflexão acerca da morte e a vivência do luto, pois ao compreender tal realidade, nos ajudará a ver de um modo mais sereno o que por certo é uma das poucas verdades da vida, que é: um dia todos irão morrer! Assim como nascemos, crescemos e envelhecemos e compreendemos isso como períodos no processo evolutivo do individuo, assim também devemos ver a morte, como mais uma fase da trajetória do individuo. Pensemos se a morte não existisse certamente nossa realidade seria outra, e muito provavelmente não teríamos evoluído enquanto espécie e estaríamos na idade das cavernas ou em um planeta abarrotado de pessoas. Mas qual o motivo de falarmos de morte? Deve-se falar da morte não como sendo algo temido, não se deve ter medo da morte, e sim como bem lembrou o saudoso comediante Chico Anísio: “Eu não tenho medo de morrer. Eu só tenho é pena!” Nem sempre a morte foi tratada como um tema proibido, a forma com que o processo de morte e morrer vêm se modificando ao longo dos séculos, promoveu um novo modal de enfrentamento ou não enfrentamento acerca do tema.



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Segundo o historiador Frances Philippe Ariès, existe uma significativa mudança em relação à atitude perante a morte nas sociedades ocidentais a partir do século XX. Sendo a morte afastada do discurso cotidiano, e inserida no viés do tabu, sendo ela ocultada e temida socialmente. Fatores que outrora eram abarcados como tradições foram deixados de lado, muitos pela bandeira do ser civilizado. O que antes era aceitável em termos culturais e sociais, passou a ser visto no viés do preconceito, do algo bizarro, e até do não saudável em termos sanitários. A sociedade atual expulsa a morte para proteger a vida. Não há mais sinais de que uma morte ocorreu. O grande valor do século é o de dar a impressão de que “nada mudou”, morte não deve ser percebida. A boa morte atual é a que era mais temida na antiguidade, a morte repentina, não percebida. A morte “boa” é aquela em que não se sabe se o sujeito morreu ou não. A morte sai do palco da vida, e entra para os bastidores, como um ser não grato, que nos lembra de nossa própria finitude. As atitudes diante da morte mudaram, indo da “morte domiciliar”, na Idade Média, até a “morte proibida”, na Idade moderna. Sendo na Idade Média, um processo familiar e coletivo, envolvendo toda uma comunidade, e, nos dias atuais, algo velado e afastado dos olhos coletivos. Tal mudança se deu a partir do início do século XX, onde a morte adquiriu um sentido dramático e exaltado. O personagem principal deixa de ser o morto e passa a ser a família, o luto é suprimido e os mortos são afastados para os cemitérios, passando a morte a ser vista como algo vergonhoso e progressivamente oculta aos olhos sociais. A comunidade já não ensina a morrer, tudo é feito para esconder a morte, incita-se a viver sem pensar nela. Sabendo que a morte é um processo inevitável e, que mesmo disponibilizando toda tecnologia médica para prolongar a vida, há chegado um determinado momento em que a vida não se sustenta no corpo adoecido. A morte chega e carrega consigo toda a angústia


presente.   Por: Psicólogo Fabrício Álvaro da Silva CRP-PR 08/24742

 
 
 

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